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" Sorrir é viver, parar é morrer "
Sinto-me a desfalecer cada vez mais. Sinto-me cada vez mais fria e distante. Sinto-me simplesmente magoada.
Quando pensava que não me irias voltar a magoar mais, magoaste-me da pior maneira possível. Espetas-te uma faca bem no centro do meu peito e perfuraste-a bem fundo, e como se isso não bastasse ainda rodas-te essa faca que estava pregada no meu peito, e tornas-te a dor que residia no meu coração ainda pior.
Neste momento não consigo amar-te mais, mas também não consigo odiar-te. O sentimento que sinto agora é algo que nem eu própria consigo explicar. Tornas-te a nossa bela história numa mera ilusão. Tornas-te este sentimento forte que sinto em algo que não consigo identificar.
No passado eras a minha vida, a minha felicidade. Hoje não passas de nada! És simplesmente uma pedra que existe na minha vida, pedra essa que quero remover o mais depressa possível.
Queria odiar-te, mas não consigo, porque naqueles momentos do passado fizeste-me feliz, e bastante. Fazias o meu sorriso quando mais ninguém o fazia. Hoje és apenas tu que constrói as minhas lágrimas e a minha tristeza.
Sinto que jamais irei voltar a amar alguém como te amei, e amo, a ti. Sinto que jamais alguém me irá fazer tão feliz como tu me fizeste naquele passado perfeito. Mas também sinto que jamais alguém me irá magoar tanto como tu me magoaste. Sim, tens o direito de fazer a tua vida com quem quiseres, mas magoa saber que viraste costas à nossa história, ou será que para ti não havia história? Por vezes pergunto-me o porque de todas as atitudes. Atitudes, essas que davam a entender perante todos que éramos apenas um só.
Nunca te entendi, e hoje, que me magoas-te desta maneira, não quero entender. Tudo o que simplesmente quero é esquecer. Esquecer que alguma vez te amei. Esquecer que alguma vez me fizeste feliz.
Hoje sei que acabou, acabou de vez! Jamais irás voltar a ter-me como a tua miúda, como me chamavam no passado. Jamais irás voltar a ver o brilho dos meus olhos sempre que estás por perto. Jamais irás voltar a ouvir um amo-te vindo dos meus olhos ou do meu sorriso. Jamais me irás ter de volta.
A mágoa que em mim causaste fez-me perceber que eu jamais irei ser tua, porque eu jamais te irei perdoar isto. Vou seguir em frente, sei que irei vencer. E jamais irás destruir a força do meu sorriso, porque tu não vales nada para merecer nem um terço das minhas lágrimas!
Andreia Filipa Pereira
20 de Abril de 2011
Mais uma melodia que tocava, mais acordes se soltavam da minha doce guitarra, e mais memórias sobre ele me assaltavam a mente. Tentei ignorá-las várias vezes, tentei negar todo este sentimento que nutria por ele desde o dia em que me perdi na imensidão do seu olhar, tentei simplesmente esquecê-lo. Mas porém, as minhas tentativas e desejos iam sempre por água abaixo.
Vagueava sobre os jardins daquela maravilhosa e romântica quinta, à procura duma resposta para todo este sofrimento, para toda esta dor, mas essa resposta teimava em não chegar. Tentei perceber uma vez mais o porquê de ele ter partido e, antes disso, ter despertado em mim todo este sentimento que aos poucos e poucos me ia levando à loucura.
Sentei-me sobre a doce relva molhada, não me importando se depois iria ficar molhada, pegando na minha querida guitarra rosa. Comecei a tocar os acordes da última música que toquei na sua companhia, e que agora falava sobre todo este meu sentimento. A música chamava-se “Memories” e era dos Within Temptation.
“In this world you tried
Not leaving me alone behind
There's no other way
I prayed to the gods let him stay
The memories ease the pain inside, now I know why
All of my memories keep you near
In silent moments imagine you be here
All of my memories keep you near
Your silent whispers, silent tears”
Cantarolava baixinho até que ouvi suspiros provenientes da pequena fonte que se encontrava a escassos metros do sítio onde estava. Levantei-me cuidadosamente, e segui o som daqueles suspiros, até que me deparei com uma bela figura sentada na borda daquele maravilhoso tanque.
O seu cabelo era em tons castanhos aclareados, que com os pequenos raios de sol a incidirem sobre ele, tornavam-no loiro. O corte era desalinhado e tinha uma pequena porção de gel a colocá-lo em pé.
Eu reconhecia bem aquele sedoso cabelo, mas naquele momento não me vinha à mente qualquer resposta. O meu subconsciente pediu-me para avançar, e assim o fiz, apesar de o meu cérebro dizer para parar e voltar para trás. Porém ignorei o pedido do meu cérebro e caminhei firmemente até à bela figura.
Paralisei no momento em que o seu olhar intercalou o meu, fazendo-me mergulhar na sua imensidão. Eu nem acreditava no que estava a ver perante os meus olhos. Eu só podia estar a sonhar. Tudo isto não poderia passar de um mero sonho, ou devo dizer, pesadelo.
Andreia Filipa Pereira
[Melodias Mortais]
Estávamos na primavera, o sol batia sobre a estrada de forma bastante calorosa. O calor que sai dos seus raios queimava sobre a minha pele de maneira grandiosa e única, tornando a minha pele cada vez mais morena.
Nessa tarde envergava as minhas calças de ganga claras e a minha camisola de meia manga branca, com um pequeno decote em “V”. Tagarelava algo sem jeito quando desviei o olhar para um pequeno caminho que se encontrava ao meu lado. Nesse momento tudo parou, e todo o meu mundo se focou ali, naquela bela figura.
Ele envergava umas lindas calças de ganga escuras e uma bonita camisola branca com desenhos pretos estampados. O seu doce olhar da cor do chocolate intercalou o meu, fazendo-me cair no seu suave aroma.
Caminhou firmemente até mim, e começou a tagarelar algo que eu não conseguia prestar atenção, pois estava demasiado perdida no seu olhar. Ri-me de algo sem sentido, e ele riu-se comigo. A sua gargalhada era tão doce e tão intensa.
Olhei para ele, e notei que ele me fitava intensamente. Sorriu-me imensamente, e eu completamente rendida a si, retribui-lhe o sorriso de maneira grandiosa.
Aquela doce figura fez-me ficar ali petrificada a olhar para si como se ele fosse o meu sol e o meu mundo. As suas doces atitudes faziam-me ficar cada vez mais rendida a si, e sem dar por mim já estava completamente apaixonada por si.
Ao ir-se embora disse adeus para todos os que nos rodeavam, mas eu completamente perdida na sua grandiosa beleza, não consegui responder. E ele porque queria ouvir uma resposta vinda dos meus lábios, olhou-me intensamente e disse-me “adeus”. Petrifiquei, e pisquei os olhos, como forma de acordar daquele pequeno sonho, e respondi-lhe amavelmente sorrindo. Ele retribui e virou costas, triunfante.
Deitei-me sobre a minha cama e pensei no nosso pequeno encontro. Pensei no seu doce olhar da cor do chocolate. Pensei no seu grandioso sorriso. Pensei nos seus lábios tão apetecíveis. E por fim, pensei se seria possível ama-lo.
Cheguei a conclusão que o amava, e a partir desse dia comecei a acreditar no amor a primeira vista. Eu amava-o e as provas estavam nas minhas atitudes “parvas”.
Senti alguém a bater a janela do meu quarto e fui abrir para ver quem era. Tudo parou quando reparei que era ele que ali estava a sorrir-me grandiosamente. Envergava uma bonita camisa preta, que combinava perfeitamente com as suas calças de ganga. O seu cabelo formava caracóis perfeitos.
Petrifiquei uma vez mais, e ele riu-se da minha atitude. Olhei para ele confusa, e sem estar a espera os seus braços envolveram a minha cintura, puxando-me contra si. Os nossos corpos estavam colados um ao outro, de tal modo que eu conseguia sentir sobre a minha pele, a sua pele demasiado macia. A sua respiração batia no meu rosto fazendo-me inalar o seu suave aroma a mel misturado com chocolate. Aroma esse, que me fez ansiar mais pelos seus doces lábios carnudos.
Mordi o lábio tentando afastar todos os meus desejos, baixando o olhar. Ele levantou-me o queixo com a sua mão, fazendo-me encarar o seu olhar fixamente. E de seguida aproximou os seus lábios dos meus. A sua língua enrolou a minha fazendo-me sentir as melodias mais perfeitas deste mundo.
Completamente envolvida neste doce mas estranho sentimento, embrenhei os meus dedos no seu sedoso cabelo cheio de caracóis. Senti-o a sorrir entre beijos, e puxei-o ainda mais contra mim. A sua respiração irregular misturava-se com a minha na perfeição, e o bater dos nossos corações eram uma melodia perfeita.
Os lábios dele moviam-se suavemente pedindo permissão aos meus para prolongarem aquele doce mas intenso beijo. Os meus lábios respondiam ardentemente, movendo-se com bastante paixão.
Naquele momento só existíamos nós e nada mais. Éramos apenas nós, com os nossos sentimentos a flor da pele. Sentimentos esses que eram simplesmente recíprocos.
Andreia Filipa Pereira
12 de Abril de 2011
Nicholas Anderson é apaixonado pela música, ele simplesmente vive por ela. Num dos seus muitos objectivos traçados para lutar por essa sua paixão conhece Allison Pacelli, que também ela é doida pela música. Ambos tem o sonho da música, e juntos tentam lutar por esse sonho. Aos poucos e poucos apaixonam-se um pelo outro, e começam a formar melodias simplesmente perfeitas, que só eles as conseguem tocar na perfeição. Juntos formam duetos simplesmente incríveis e únicos!
Eles são simplesmente a combinação mais perfeita deste mundo. Ele tem uns olhos castanhos de fazer inveja e uns cabelos encaracolados castanhos lindos. Ela tem olhos esverdeados brilhantes e uns cabelos ondulados castanhos-escuros macios e suaves. O sorriso dela é único e traz felicidade aos que a rodeiam, o sorriso dele é grandioso e faz sorrir todo o mundo. Ela conquista o mundo com a sua simpatia e coragem, ele conquista o mundo com a sua timidez e sensibilidade. Ela toca guitarra encantado o mundo, ele canta melodias perfeitas encantando o universo.
Ele canta as músicas que ela toca, e assim juntos formam um dueto simplesmente único e inseparável.
Eles amam-se e jamais alguém os irá separar, porque eles completam-se na perfeição, como se fossem um só. Ela é a alma dele, ele é o coração dela.
Nicholas e Allison são a melodia mais perfeita e bonita deste mundo cruel, e juntos provam a todos a força que um verdadeiro amor tem. Juntos provam que o sonho da música é simplesmente lindo!
Andreia Filipa Pereira
10 de Abril de 2011
Magoa saber que tudo acabou, magoa saber que toda aquela felicidade sentida no passado não irá voltar mais, magoa simplesmente saber que tenho que te esquecer.
Dói não poder dizer aquilo que sinto, dói ter que esconder perante o mundo todo este sentimento, dói saber que tenho que esquecer a melhor parte da minha vida.
Hoje tudo aquilo que existe em mim é: Um choro escondido que sai quando estou sozinha. Um falso sorriso mostrando a todos que estou bem e quando não o estou. Uma ferida que não sara. Uma mágoa que perdura. Um sentimento simplesmente inesquecível. Saudades de momentos que eu sei que jamais irão voltar. Desejos proibidos. Fogo ardente que queima nas veias e no coração. Lágrimas que escorrem e queimam o meu rosto. Uma dor incontrolável no peito que me faz doer o corpo todo. Um sonho irreal. Uma luta perdida. Uma força que falha. Um amor que tem que ser esquecido…
Amar e não poder dizer o que sinto magoa. Esquecer sem tentar uma última vez por um grande amor, dói.
Sinto-me a desfalecer. Sinto-me perdida. Sinto-me na escuridão. Sinto-me na infelicidade. Sinto-me simplesmente sozinha.
Apetece-me chorar sem fim. Apetece-me desaparecer daqui e caminhar sobre uma estrada sem fim. Apetece-me simplesmente deixar de sofrer.
Começo a ficar cansada de lutar por algo que foge de mim sempre que a alcanço. Começo a ficar cansada de toda esta vida cruel.
Gostava de ter mais forças para seguir em frente, mas não consigo tê-las. Não consigo, porque continuo presa a algo que me está a matar.
O choro é o meu único consolo neste momento, e os momentos que permanecem na minha memória servem para atormentar ainda mais a dor que preside no meu peito.
Mas hoje sou forte o suficiente para gritar que acabou. Esta história acaba por aqui, e amanhã quando acordar irei rumar a um novo capítulo. Irei a luta, pois sei que posso vencer!
Andreia Filipa Pereira
5 de Abril de 2011
Estávamos em Agosto, e estava um dia de calor ardente, por isso decidi ir dar uma volta pela praia para desanuviar um pouco a minha cabeça que neste momento estava completamente confusa, e num mero caos. Estava grávida dele, do homem que amava, e só tinha apenas 17 anos.
Descalcei as minhas sandálias de salto brancas, e comecei a caminhar sobre a suave areia. Aproximei-me da água, e comecei a caminhar sobre ela. O toque dela na minha pele transmitia-me uma certa calma. Ali sentia-me livre do mundo, ali sentia-me simplesmente em paz.
Relembrei toda a minha história com ele e lágrimas começaram a escorrer pelo meu rosto. Eu tinha que o deixar, não podia prendê-lo a mim, não com este bebe a caminho. Conhecia-o perfeitamente bem para saber que ele ia desistir de todos os seus sonhos para poder assumir todas as suas responsabilidades, e eu amava-o demais para o poder deixar desistir de todos os seus sonhos. Ele tinha uma vida pela frente e não podia agarrar-se a algo tão cedo.
Mais lágrimas rolaram pela minha face. Iria ser tão difícil deixa-lo, dizer-lhe que estava tudo terminado…seria difícil porque sabia perfeitamente que o iria magoar, mas era melhor assim, era melhor para ele que assim fosse.
Avistei-o ao longe, por isso limpei as lágrimas que permaneciam sobre os meus doces olhos e respirei fundo, tentando esconder todos os meus sentimentos. Ele viu-me e correu na minha direcção, enlaçando a minha cintura com as suas mãos, e aproximou os seus lábios dos meus, beijando-me bastante apaixonadamente. Não neguei aquele beijo, pois sabia que iria ser o nosso último beijo, e por isso entreguei-me a ele, embrenhando os meus delicados dedos no seu cabelo de seda. Mantivemo-nos assim durante minutos, e só nos afastamos porque estávamos a ficar sem fôlego.
Era tão bom tê-lo nos meus braços e sentir que iríamos ficar juntos eternamente, mesmo que isso não fosse verdade.
- Precisamos de falar David. – murmurei-lhe friamente. Era tão estranho falar-lhe assim, mas tinha que ser. Eu tinha que o afastar de mim.
- Que se passa princesa? – indignou-me preocupado e fitando-me bastante intensamente. A preocupação estava bem patente no seu doce olhar da cor do mar.
- Não me chames princesa. – retorqui-lhe ainda mais friamente. Vi o seu olhar a ficar cada vez mais triste, por isso desviei um pouco o meu olhar e encarei as ondas do mar. – David, eu tenho que te contar uma coisa…uma coisa que deixei adiar por muito tempo. – fitei-o e pareceu-me ver algumas gotículas de lágrimas a querem sair dos seus belos olhos, o que me fez doer o coração, mas não me podia ir abaixo.
- Diz de uma vez por todas o que se passa, Bianca! – pediu-me cada vez mais preocupado e triste.
- Eu já não te amo! – acabei por dizer rapidamente, pois assim a dor não seria tanta.
- Tu o que??! – indignou-me confuso e com as lágrimas a escorrerem pelo seu belo rosto.
- Eu já não te amo. – repeti com mais firmeza.
- Tens a certeza do que estás a dizer? – fitou-me intensamente, tive que me controlar para não chorar. – É que eu não vejo isso nos teus doces olhos. – fez-me uma festa na bochecha, o que me fez deseja-lo.
- Tenho David, está tudo acabado entre nós aqui! – afastei-me dele. – Desculpa. – pedi com o meu coração partido em mil pedaços.
- Tudo bem, se não és feliz comigo, não te posso prender a mim. Tudo o que eu mais quero é ver-te feliz. – tentou sorrir-me, ainda com as lágrimas a saírem dos olhos. – Posso te pedir apenas uma coisa?
- Sim claro. – tentei sorrir. Ele podia me pedir tudo o que quisesse, pois eu era capaz de tudo por si.
- Lembra-te que te amo, e que para sempre te irei amar. Foste a única dona do meu coração, e serás sempre a dona de mim. – confessou limpando as lágrimas que escorriam dos seus olhos.
- Ok. – foi a única que consegui dizer perante aquelas bonitas palavras, que só me faziam ama-lo cada vez mais. Tudo o que mais queria era enlaçar-me nos seus braços e dizer que o amava mais que tudo, e que simplesmente estava a espera dum filho seu. – Tenho que ir indo. Até qualquer dia. – disse arranjando uma desculpa para fugir aquilo que sentia.
- Ok, espero que sejas feliz. E já sabes que estarei sempre aqui para tudo o que precisares. – retorquiu-me bastante tristemente.
- Obrigada. – agradeci e fui-me embora. Assim que me afastei o suficiente dele, deixei as lágrimas escorrerem sobre a minha face. Comecei a correr sem fim, até que cheguei a um lugar escuro e frio.
Senti medo de ali estar, mas não conseguia fugir dali. Alguém puxou o meu braço e encostou-me a uma parede fria e dura.
- Anda cá boneca! – disse uma voz grossa que me metia ainda mais medo.
- Largue-me! – gritei tentando me soltar.
- Jamais! Hoje irás ser minha! – retorquiu agarrando-me com mais força, e começou a desapertar o cinto das suas calças, baixando-as de seguida.
Aproximou-se mais de mim, mas mesmo assim não consegui decifrar o seu rosto. Beijou-me forçadamente e começou a percorrer o meu corpo com as suas mãos. Tentei uma vez mais soltar-me, mas não conseguia. Não tinha forças suficientes para lutar com aquele monstro.
- Largue-me! – implorei uma vez mais, começando a chorar.
- Está calada, e deixa-me fazer aquilo que desejo! – gritou e deu-me um estalo de tal maneira, que os meus lábios começaram a sangrar. – Uh, és sensível. Amo meninas sensíveis. – murmurou e lambeu os meus lábios com a sua língua, limpando-me o sangue. Cuspi-lhe para a cara, e ele esbofeteou-me outra vez.
- Largue-a imediatamente! – gritou uma doce voz, uma voz que eu conhecia. Era David.
- E quem és tu para pedir que eu a largue? – inquiriu aquele monstro virando-se para o meu David. Tentei fugir dali, mas porém não consegui mexer-me.
- Sou o namorado dela, pai do seu filho! – retorquiu aproximando-se mais. Notava perfeitamente a raiva que emanava dos seus olhos.
Como é que ele sabia que eu esperava um filho seu?! Será que a Andreia lhe tinha contado?!
- E pensas que isso te dá direitos? – insistiu aquele nojento, agarrando-me contra si. Tentei afastar-me mas não consegui.
- É melhor largares-lha, estou-te a avisar! – ameaçou o meu príncipe.
- Uh, o que me vais fazer puto? – provocou.
- Nem queiras saber!
Dito isto, tudo se passou rapidamente. Só vi David a atirar-se ao homem, e este a tirar uma faca do bolso.
- David, não! – gritei tentando trava-lo, mas porém foi tarde demais. O homem cravou-lhe a faca no peito, e ele caiu no chão a contorcer-se de dores. Senti uma dor enorme a invadir o meu peito, o que me fez gritar de ódio e desespero. As lágrimas escorriam descontroladamente sobre o meu rosto.
- Eu avisei-te puto! – murmurou aquele monstro – Um dia ainda irás ser minha! – disse-me e depois virou costas indo-se embora.
- Nunca! – gritei suficientemente alto para que ele ouvisse. Aproximei-me de David, que estava deitado no chão a escoar-seem sangue. Ajoelhei-meperto de si, e peguei nele cuidadosamente, deitando-o no meu colo. – David… - ia a dizer quando ele me colocou o seu dedo indicador sobre os lábios.
- Não digas nada princesa. – disse esforçadamente. Ele mal conseguia falar devido as dores. – Posso te pedir uma coisa? – indignou fazendo uma suave festa na minha barriga.
- Claro, podes pedir tudo o que quiseres meu amor! – fiz-lhe uma suave festa nos seus cabelos loiros.
- Aconteça o que acontecer promete-me que não irás fazer nenhuma asneira, e que irás trazer este bebe ao mundo e dar-lhe-ás todo o amor do mundo. – pediu cada vez com mais dificuldades em falar e em respirar.
- David, não me peças isso, por favor! – retorqui chorando cada vez mais. Ele não me podia pedir uma coisa daquelas. Eu é que devia estar no lugar dele. Eu é que devia estar a sofrer, por tê-lo magoado tanto.
- Por favor! – implorou fazendo-me uma festa na bochecha – Pelo nosso amor, traz esse bebe ao mundo, pois ele foi feito com o amor mais intenso e eterno que existe.
- Se assim o queres… - tentei sorrir-lhe, mas porém as lágrimas continuavam a escorrer dos meus olhos.
- Amo-te. – murmurou e aproximou os seus lábios dos meus.
- Também te amo. – retorqui e aproximei ainda mais os nossos lábios. Ele acabou com a pequena distância que ainda existia e beijou-me bastante apaixonadamente. Entreguei-me completamente aquele beijo, transmitindo nele tudo aquilo que sentia por ele. Ele também assim o fez.
Aquele beijo era simplesmente único, era o nosso melhor beijo! As nossas línguas entrelaçavam-se duma maneira única e perfeita, completando-se. Os nossos lábios moviam-se em conformidade.
- Lembra-te sempre que te amo. – sussurrou contra os meus lábios, assim que nos afastamos para podermos respirar, e depois desfaleceu nos meus braços.
- David! – gritei abanando-o. Não, ele não podia ter-me deixado! – David, amor, por favor acorda, não me deixes! – implorei derramando milhares e milhares de lágrimas. Abanei-o uma data de vezes, mas ele não reagia. – Não!!! – gritei com todas as minhas forças quando me apercebi que ele tinha partido para todo o sempre. O único homem que eu amava tinha partido por uma estupidez minha.
Apertei o seu corpo contra o meu e beijei uma última vez os seus doces, e agora frios, lábios.
- Serás sempre o único que amarei. – sussurrei, e nesse momento senti uma suave brisa, o que me fez sentir o seu doce toque.
Estávamos em Maio quando as águas rebentaram. Eu tinha decidido levar a gravidez avante, visto que era o seu último desejo. Assim que vi o bebe, vi que era um menino e que era totalmente igual ao pai. Tinha os mesmos olhos da cor do mar, o mesmo sorriso perfeito. Decidi chamar-lhe David…
Tentei manter-me forte, mas existirá sempre um sorriso que se esconde dos meus lábios, uma lágrima que cai sobre os meus olhos, um sentimento que permanece dentro de mim, uma luta forçada sem apoio. Uma felicidade fugida, uma mágoa sentida, um momento inesquecível. Saudades que apertam, ferida que não sara…
Andreia Filipa Pereira
4 de Abril de 2011
Ps: texto exclusivamente dedicado a Beatriz Sousa :D
Estava sentada sobre a cadeira de veludo vermelho que se situava em frente a grande cómoda de madeira escura que se encontrava encostada a uma das paredes do meu quarto. Em cima dela estavam frascos e frascos de perfume, eu amava fazer colecção deles, principalmente daqueles que ele me dava.
Olhava para a minha figura reflectida no grande espelho que saia sobre a bela cómoda. Notei que estava incrivelmente bonita.
O meu cabelo castanho-escuro caia em canudos sobre as minhas costas, e por cima, preso com pequenos ganchos brancos, estava um bonito e comprido véu branco. O lápis preto e a sombra branca faziam sobressair ainda mais os meus olhos castanhos brilhantes, que mais pareciam dois pequenos espelhos. E o rímel preto tornava as minhas pestanas ainda mais longas. O gloss brilhante delineava na perfeição os meus doces lábios.
Levantei-me suavemente para não estragar o comprido véu, e o vestido. Olhei para o grande espelho do meu gigante roupeiro, e vi como aquele maravilhoso vestido branco me ficava lindamente.
A parte de cima era um corpete, e tinha pequenos bordados de renda. A saia delineava as minhas curvas na perfeição, e a sua cauda era enorme.
Sorri esplendorosamente ao ver que me encontrava como uma verdadeira princesa.
Ele assim o merecia. Aliás ele merecia isto e muito mais, ele merecia simplesmente tudo.
Eu era capaz de tudo por ele, tudo mesmo. Era capaz de morrer, se fosse preciso, por ele. Sim, podem chamar-me tontinha, mas eu não consigo viver sem a minha alma, sem a minha combinação perfeita.
Ele é tudo para mim. É o ar que respiro, a água que bebo, o sangue que corre nas minhas veias. É o sol, a lua, a terra, o mar, o mundo. Enfim, ele é simplesmente a minha vida, o meu tudo.
Em toda a minha vida sonhei em conhece-lo e hoje estava ali, prestes a casar com ele. O que mais eu queria ter? Nada, eu já tinha tudo o que queria. Tinha o homem que amava ao meu lado, o homem com quem sempre sonhei em casar.
- Estás pronta Andrea? – perguntou meu pai, entrando no meu quarto de princesa.
- Sim já. – retorqui sorrindo.
- Então vamos, já está na hora. – sorriu-me e ajudou-me com o meu vestido. Saímos de minha casa e fomos até a pequena igreja daquela maravilhosa ilha. Assim que avistei a igreja, o meu coração começou a bater descontroladamente. Suspirei e respirei fundo, tentando manter a calma. Não havia razões nenhumas para estar nervosa. Eu amava-o, ele amava-me, e hoje íamo-nos unir um ao outro.
O motorista, contratado por ele, estacionou a limusina branca em frente a igreja. Meu pai saiu e veio-me ajudar a sair. Esticou-me o braço sorrindo-me amavelmente. Sorri-lhe também, e dei-lhe o meu braço.
A música de casamento começou a tocar, e nós caminhamos em direcção ao altar. O meu olhar correu todos os convidados, tentando procurar alguma calma. Mas não havia ninguém lá capaz de me acalmar.
E foi aí que olhei para o belo altar. Su e Paul, lá estavam no lugar de meus padrinhos a sorrirem-me grandiosamente. Retribui-lhes o sorriso, estava mais calma. Olhei para o outro lado e vi a minha prima Bia e o seu noivo Dom. Eles eram os padrinhos do meu Christopher. Bia era prima de Chris, mas visto que eu era namorada dele, também eu a tratava por prima.
Sorri-lhes esplendorosamente e eles retribuíram. Desviei o olhar para o meio, e lá vejo o mais belo de todos os homens, o homem que fazia o meu coração disparar de alegria. Envergava um bonito fato prateado, e uma bonita gravata preta.
Assim que me viu sorriu-me imensamente e os seus olhos começaram a cintilar como duas maravilhosas estrelas. Retribui-lhe o sorriso e continuei o meu caminho, até ele. Durante todo o caminho fitamo-nos intensamente, dizendo palavras de amor através do olhar.
Meu pai deu a minha mão ao meu Chris, e assim que as nossas mãos se tocaram senti-me a arder completamente, a arder de desejo por ele. Era incrível como ele me fazia sentir assim sempre que me tocava.
Beijou a minha mão suavemente e depois beijou-me os lábios suavemente. Era tão bom sentir os seus lábios doces como o mel sobre os meus. E sim, agora estava muito mais calma. Ele tinha o dom de me acalmar.
- Estás linda princesa. – sussurrou-me contra os meus lábios.
- Obrigada. – agradeci envergonhada – Tu também estás lindo meu príncipe.
- Não tens de que. – beijou-me uma vez mais e depois afastou-se fitando-me intensamente – Amo-te.
- Também te amo. – sorri-lhe e viramo-nos de frente para o altar.
O padre começou com o famoso discurso de casamento. Eu e Chris fitávamo-nos intensamente, e de vez em quando apertávamo-nos a mão um do outro, como forma de dizer aquilo que sentíamos um pelo outro.
- Christopher Ronny Summers Anderson, aceita Andrea Fabianne Smith Pacelli, como sua legítima esposa? – perguntou o padre ao meu mais que tudo.
- Sim, aceito. – respondeu olhando-me nos olhos e sorrindo. Os seus olhos brilhavam tanto.
- Andrea Fabianne Smith Pacelli, aceita Christopher Ronny Summer Anderson, como seu legítimo esposo? – perguntou-me o padre.
- Sim, aceito. – respondi sorrindo imensamente.
Depois o padre disse mais umas tantas palavras, que não sabia bem ao certo quais eram.
- Andrea Fabianne Smith Pacelli, recebe esta aliança como prova do meu amor e fidelidade. Eu prometo amar-te e respeitar-te na saúde e na doença, na alegria e na tristeza, e prometo ser-te fiel todos os dias da nossa vida. – disse Chris enquanto fazia escorrer aquele doce anel sobre o meu dedo anelar esquerdo.
- Christopher Ronny Summers Anderson, recebe esta aliança como prova do meu amor e fidelidade. Eu prometo amar-te e respeitar-te na saúde e na doença, na alegria e na tristeza, e prometo ser-te fiel todos os dias da nossa vida. – disse-lhe fazendo também escorrer o anel sobre o seu dedo anelar esquerdo.
Sorrimos imensamente um para o outro.
- Há alguém nesta sala que se opõe a este casamento? – inquiriu o padre. Ninguém se opôs. – Sendo assim declaro-vos marido e mulher. – sorriu e virou-se para Chris – Pode beijar a noiva.
Chris olhou para mim e sorriu-me imensamente, enquanto aproximava os seus doces lábios dos meus. Senti o seu suave hálito a mel sobre os meus lábios, e congelei de desejo. Ele notou e enlaçou a minha cintura com as suas suaves mãos, e por fim os seus lábios tocaram os meus, fazendo-me sentir completamente no paraíso. Embrenhei os meus dedos no seu cabelo de seda e puxei-o ainda mais para mim.
Este era o melhor beijo de toda a nossa vida, era o nosso primeiro beijo unidos.
Andreia Filipa Pereira
3 de Abril de 2011
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