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" Sorrir é viver, parar é morrer "

23
Mai11

Sonho de ballet I

por Andreia

 

Lembro-me de na minha infância querer ser bailarina. Sonhava todas as noites com espectáculos perfeitos onde eu era a protagonista. Era um sonho que jurei que iria concretiza-lo com todas as minhas forças.

Os anos foram passando e esse sonho foi-se adiando. Hoje tenho 18 anos e decidi que iria lutar por esse sonho. Talvez fosse um erro, ou talvez não…mas também se não arriscasse não o iria saber, por isso decidi arriscar, e como o velho ditado diz: “Quem não arrisca, não petisca”.

Entrei bastante decidida dentro da grande Academia de Ballet Juliana Omati em Nova Iorque. As suas enormes paredes eram em tons de pérola suave, e a decoração era moderna e combinava perfeitamente com o tom suave das paredes.

Atrapalhada como eu era quando estava nervosa esbarrei contra uma figura bastante esbelta. Ergui o meu doce olhar da cor de um castanho esverdeado e brilhante, e deparei-me com uns bonitos e sedutores olhos verdes a fitarem-me intensamente. As minhas bochechas rechonchudas começaram a ficar quentes, por isso deduzi que estaria corada. Sorri bastante envergonhada e os lábios daquele belo rapaz arquearam-se num sorriso simplesmente único e perfeito.

- Desculpa. – disse com uma suave voz, voz essa que mais parecia saída de um conto de fadas. Enquanto falava a sua mão direita tocou no meu ombro esquerdo, fazendo com que uma faísca enorme atravessa-se o meu corpo todo. Senti-me a arder por completo, e os meus sentidos começaram a ficar alterados.

“Controla-te Nora Clark” pensei várias vezes, e suspirei fundo, afastando assim todos aqueles desejos desconhecidos.

- Não faz mal. – retorqui-lhe formando um amável sorriso nos meus finos lábios. Ele retribuiu-me o sorriso de forma grandiosa, mostrando a verdadeira perfeição do seu sorriso. Nunca tinha visto um sorriso tão perfeito e esplendoroso como o dele. E os seus olhos? Eram simplesmente únicos e incomparáveis.

Antes de ele virar costas e ir-se embora, reparei que envergava uma magnífica camisa preta, que fazia sobressair o seu charme bastante sedutor, juntamente com umas lindas calças de ganga claras, que se emolduravam perfeitamente as suas delicadas pernas. O seu cabelo era num tom claro de castanho, fazendo sobressair por vezes umas mechas de cabelo loiras, e utiliza-o num corte desalinhado mas que lhe dava um certo toque de perfeição.

Aquele rapaz era simplesmente o sonho de qualquer rapariga, mas contudo algo me dizia para não me aproximar demasiado, ou devo dizer antes, envolver-me demasiado?

Os meus olhos ficaram a admirar a sua esculturosa figura de Deus grego a ir-se embora, mas contudo fui interrompida por uma grossa voz a chamar o meu nome.

- Nora Clark! – disse a senhora ruiva que se encontrava na recepção daquela academia famosa. Ao primeiro impasse, a senhora parecia antipática e mal parecida, mas depois de um segundo olhar mais profundo notava-se uma simpatia incrível, e uma beleza natural.

- Eu! – respondi indo até a pequena secretária de pinho, onde ela estava sentada a fazer a chamada dos muitos bailarinos que ali se encontravam.

- É a sua vez, pode entrar. – retorquiu amavelmente dando-me permissão para entrar no estúdio que se encontrava em frente.

Sorri docemente e caminhei firmemente até as grandes portas brancas que se encontravam a cobrir aquele grandioso estúdio. Respirei fundo e empurrei as portas, entrando em seguida e qual não foi o meu espanto quando vejo ali a mais bela figura do mundo. Mal os seus olhos entreolharam os meus, ele sorriu-me imensamente. Baixei o olhar timidamente, e arqueei os meus lábios num sorriso tímido.

- Menina Clark, espero que não se importe de dançar com par. – disse a professora Monique Delacroix. Eu conhecia o trabalho dela, aliás, admirava-o. Era nela que me inspirava para ser uma bailarina.

- Não, eu estou preparada para tudo. – retorqui sorrindo, e olhei de soslaio para o meu Deus grego. Ele estava a fitar-me, o que fez com que as minhas bochechas ardessem de novo.

- Então pode se juntar ao menino O’Conner. – sorriu enquanto apontava para ele. Petrifiquei quando o vi a encaminhar-se a mim, mas disfarcei sorrindo docemente.

Os seus braços rodearam a minha cintura, e puxaram-me para mais junto de si, fazendo-me assim encarar os seus incomparáveis olhos. Baixei o olhar e coloquei-me em posição para a dança.

- Já agora o meu nome é Alexander O’Conner. – sussurrou-me ao ouvido fazendo com que a sua respiração tocasse na minha pele, arrepiando-me por completo.

- Nora Clark. – sussurrei de volta e depois prendi o meu olhar ao seu. Senti que o seu olhar me estava a dizer algo, por isso retribui-lhe o olhar.

 

Andreia Filipa Pereira

23 de Maio de 2011

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