Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
" Sorrir é viver, parar é morrer "
Mais uma melodia que tocava, mais acordes se soltavam da minha doce guitarra, e mais memórias sobre ele me assaltavam a mente. Tentei ignorá-las várias vezes, tentei negar todo este sentimento que nutria por ele desde o dia em que me perdi na imensidão do seu olhar, tentei simplesmente esquecê-lo. Mas porém, as minhas tentativas e desejos iam sempre por água abaixo.
Vagueava sobre os jardins daquela maravilhosa e romântica quinta, à procura duma resposta para todo este sofrimento, para toda esta dor, mas essa resposta teimava em não chegar. Tentei perceber uma vez mais o porquê de ele ter partido e, antes disso, ter despertado em mim todo este sentimento que aos poucos e poucos me ia levando à loucura.
Sentei-me sobre a doce relva molhada, não me importando se depois iria ficar molhada, pegando na minha querida guitarra rosa. Comecei a tocar os acordes da última música que toquei na sua companhia, e que agora falava sobre todo este meu sentimento. A música chamava-se “Memories” e era dos Within Temptation.
“In this world you tried
Not leaving me alone behind
There's no other way
I prayed to the gods let him stay
The memories ease the pain inside, now I know why
All of my memories keep you near
In silent moments imagine you be here
All of my memories keep you near
Your silent whispers, silent tears”
Cantarolava baixinho até que ouvi suspiros provenientes da pequena fonte que se encontrava a escassos metros do sítio onde estava. Levantei-me cuidadosamente, e segui o som daqueles suspiros, até que me deparei com uma bela figura sentada na borda daquele maravilhoso tanque.
O seu cabelo era em tons castanhos aclareados, que com os pequenos raios de sol a incidirem sobre ele, tornavam-no loiro. O corte era desalinhado e tinha uma pequena porção de gel a colocá-lo em pé.
Eu reconhecia bem aquele sedoso cabelo, mas naquele momento não me vinha à mente qualquer resposta. O meu subconsciente pediu-me para avançar, e assim o fiz, apesar de o meu cérebro dizer para parar e voltar para trás. Porém ignorei o pedido do meu cérebro e caminhei firmemente até à bela figura.
Paralisei no momento em que o seu olhar intercalou o meu, fazendo-me mergulhar na sua imensidão. Eu nem acreditava no que estava a ver perante os meus olhos. Eu só podia estar a sonhar. Tudo isto não poderia passar de um mero sonho, ou devo dizer, pesadelo.
Andreia Filipa Pereira
[Melodias Mortais]
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.